quarta-feira, 22 de junho de 2011

Desabafo de um professor de Criciúma



Dia 22 de junho de 2011 às 05:17

Não consigo dormir! será que o povo de Santa Catarina consegue? Ou será que dorme para sempre?

Tenho este sentimento, com os olhos marejados, ao constatar que estamos no trigésimo quarto dia, de uma greve, justa, ...  Aquilo tudo que já foi dito, com objetivo do cumprimento de uma lei federal, de número 11.738/08, a qual foi dado prazo, e dos grandes, para os Estados se adequarem, até dezembro de 2009, com a prerrogativa de auxílio do Governo Federal, fazer uma complementação de verba, caso os Estados abrissem suas contas e mostrassem esta necessidade.  Pois bem, nosso Governo anterior, ao qual este é continuidade, de LHS, com seu Secretário de Educação, Paulo Bauer, (ambos eleitos para o Senado), para protelar o cumprimento da mesma entraram com pedido jurídico, A  ADIM (Ação direta de Inconstitucionalidade), se referindo a lei do Piso, vindo finalmente sua tentativa derrubada pelo Supremo Tribunal Federal. Ou seja, a Lei deve ser cumprida.

Ato contínuo, começaram as conversas entre o atual Governo e o Sindicato dos Professores da Rede estadual de Santa Catarina estabelecendo novos prazos, não havendo possibilidade de “acerto”, por intransigência do governo (Talvez isto seja redundância), mas o fato é que foi deflagrado no dia 18/05/2011, Em Assembléia estadual o início do movimento grevista, com a participação de dezena de milhares de professores e concomitantemente adesão da grande maioria dos magistério catarinense.

Algumas questões, as quais devem ser esclarecidas e outras que necessitam ficar no campo das perguntas para reflexão:

O que se entende por Piso Salarial de uma categoria?

Por que o governo Federal não usa através de todas as prerrogativas, para fazer cumprir imediatamente esta Lei?

Quando os representantes de nossos poderes reajustam seus “ vencimentos”, em efeito cascata, ao contrário do plano de carreira, do maior para o menor,  isto não se dá de maneira uniforme, respeitando, progressivamente, vertical e horizontalmente.  Por que para o magistério tem que ser diferente, sempre alguns saem perdendo?

O Governo simplesmente diminui a regência de classe; 40% para 25 %, as séries iniciais e 25% para 17% os demais profissionais. A sociedade precisa saber o que é isto!(Conquista histórica e com muita luta), pois não é tão difícil a compreensão. Isso pode se considerado um ganho para categoria? Afinal quem deve ser julgado por ilegalidade?

Os poucos professores chamados “fura greve”, os quais estão assinando o ponto e em bem menor escala, trabalhando do com alunos, pensam que estão contribuindo para quê, ou estão a serviço de quem?

 Será que sociedade, os telespectadores, que não são ingênuos, devem se iludir com informações pagas pelo governo em rede estadual, em horário nobre e acreditem nos conteúdos veiculados nos últimos dias. Será que já se deram conta que se voltarmos a trabalhar aceitando esta migalha, a qual  o Governo diz, o máximo de nossa receita, mesmo com todo amor dedicado aos seus filhos,  a profissão de educadores, o faremos com bastante ânimo e estímulo... podendo dar o melhor de si, pois são seres humanos tem sentimento e compromissos financeiros para honrar?

Será que o povo catarinense percebe que os educadores, ao reivindicar o Piso Nacional, estão apenas começando um debate, que passa por questões, importantíssimas como: Qualidade de ensino, Gestão democrática, passando por eleição de Diretores, pela comunidade escolar, melhorias das condições de trabalho, que vai desde a manutenção de prédios públicos, segurança e condições pedagógicas mínimas, entre eles a hora atividade,  material didático, cursos de capacitação continuados mantidos pelo o Estado , entre  muitas outras?

No mesmo pensamento, se a desculpa é não termos caixa para atender a reivindicação justa dos professores, onde está a verba do FUNDEB, dinheiro exclusivo da educação, utilizado, segundo próprios deputados para outros fins? E não seria um paradoxo querer transferir a responsabilidade da educação, na situação atual para as Prefeituras, através da municipalização?

De quem é a culpa das atividades nas escolas da rede estadual de Santa Catarina, em sua ampla maioria estarem paralisadas?

Finalmente, gostaria de dar meu bom dia e me solidarizar com todos os companheiros, pais, alunos, imprensa, sociedade, enfim, todos que estão participando deste movimento, contribuindo direta ou indiretamente, para que nos mantenhamos firmes na luta, tenhamos muitas conquistas e uma educação melhor para todos. Abraços!

Professor Márcio, EEB. Irmã Edivirges, Criciúma, SC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixar sua opinião é importante!
Mas esteja consciente de sua importância ao postá-la!