Como já havia escrito, resolvi postar. São palavras que mastiguei durante a assembleia regional de Criciúma de hoje a tarde, 07 de julho. Fiquei pensando essas coisas desde a assembleia estadual de Florianópolis ontem. Mas percebo que o escrito aí embaixo já está passível de mudanças. Ao que tudo indica, regionais que resolveram suspender a greve acataram a decisão da estadual...Como essa greve dá voltas!
Segue o texto abaixo.
“Quem não luta por seus direitos não é digno deles...” Dignidade e responsabilidade. A frase de Rui Barbosa é intrinsecamente expressiva do atual momento do magistério catarinense. Ontem, 06 de julho, presenciamos mais uma vez a necessidade imperiosa da luta. Se fosse uma guerra, talvez estaríamos fadados ao massacre total, pois muitos desistiram de lutar. Talvez... Todavia, outros tantos ainda tem a capacidade de manter-se firmes! Isso nos cabe inúmeras reflexões.
Recordo-me, e a todos, o motivo da nossa luta, implantação de uma lei tal qual é escrita. Nosso governo, entretanto, usou-se de todas as artimanhas para negligenciar uma obrigação sua.
Amparados pela lei, milhares de professores saíram às ruas protagonizando as mais belas cenas de cidadania e unidade, verdadeiras aulas à sociedade que os apoiava. Temendo perder esse apoio, nenhuma atitude mais radical fora tomada, pois, visto a legalidade da greve, acreditava-se que radicalizar o movimento seria errado. Talvez tenha sido esse nosso erro, talvez não. Porém, o governo acenou a possibilidade do diálogo, criando uma imagem de “bom mocinho”. Essa imagem a abertura foram lentamente mudando o curso da greve. E lentamente o (desgoverno) foi desvirtuando o foco das atenções, os reais motivos da greve, e assim cansando os professores.
Percebe-se dessa forma que o excelentíssimo sr. governador conseguiu aos poucos as suas vitórias: dividir a classe a base de ameaças e na astúcia. Que outro nome poderíamos dar a isso? O governo, além de descumprir a lei, foi mais longe ainda: atacou os direitos conquistados historicamente pelos professores. Duas vezes fora da lei. Dessa forma, as atenções da luta passaram da busca pelos direitos (a lei do piso), para a manutenção dos direitos já garantidos, irremovíveis e sagrados dos professores! O governo foi tão eficiente na arte de enrolar que logrou êxito na mente de muitos que desistiram da batalha. Já cansados das balelas perpetradas pelo sr. governador que, novamente acenando com a devolução de um pouquinho do muito que nos retirou, alguns resolveram retornar.
No fim disso tudo, parece que fomos jogados num liquidificador e o resultado é algo que não consigo desmistificar. E o excelentíssimo sr. Colombo conseguiu suas vitórias (reiterando): desestruturou toda a unidade cimentada por uma classe que levou anos para se unir; desvirtuou totalmente o foco das atenções; e, com manobras políticas, derrotará nosso plano de carreira ( e nossa valorização), se assim deixarmos, e ainda vai lucrar alguns milhões.
Minhas palavras começam a secar em meio a todo esse turbilhão e vejo um futuro indefinido para nossa classe e a Educação. E minhas palavras começam a secar...
Prof. Wagner Fonseca
"Quem não luta por seus direitos não é digno deles..."
ResponderExcluirOs que lutam
ResponderExcluir"Há homens que lutam um dia e são bons,
Há outros que lutam um ano e são melhores,
Há os que lutam muitos anos e são muito bons,
Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis."
(Bertolt Brecht)
O futuro é incerto, não há dúvidas disso, principalmente se desistirmos de nosso objetivo principal nesta greve: a implantação do piso nacional na carreira. Por isso nela permaneço, custe o que custar. Não há outra alternativa, não posso voltar às aulas sem que essa reivindicação seja atendida, nem que de forma parcelada em longos meses!!!Com essa humilhação escandalosa sobre meus ombrosnão posso voltar.
ResponderExcluirAo mesmo tempo,procuro entender como tantos outros aceitam esta posição... confortáveis não devem estar, orgulhosos, felizes por estarem abandonando a luta iniciada ao lado de seus colegas... também acho que não! O que resta, então, para motivá-los a essa atitude de traição à causa deve ser a falta de esperança, o cansaço da espera. Só pode!
Por isso faço um apelo aos colegas que pensam em voltar: lembrem-se das palavras de Drumond de Andrade, tão apropriadas ao momento
"Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
.....
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente".
Não vamos desistir de lutar!!! Sairemos vitoriosos sim, é só questão de tempo!
A propósito:
ResponderExcluirSaiu a folha do adiantamento do décimo terceiro!
Dinheiro na conta no dia 15.