Os professores da Educação Especial que atuam nas APAEs (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) e congêneres como Instituto de Educação Especial Diomício Freitas (Associação Pestalozzi de Criciúma), Adivisul (Associação dos Deficientes Visuais do Sul), AMA (Associação de Pais e Amigos dos Autistas) da regional de Criciúma, vêm com muito orgulho comunicar a comunidade que várias Escolas Especiais do Estado de Santa Catarina abraçaram o movimento de greve em defesa da Educação e do PISO SALARIAL Nacional aprovado pelo congresso Nacional.
Sabemos que a Educação Pública neste Estado e País precisa urgentemente ser repensada por todos aqueles que realmente estão comprometidos com a Educação Inclusiva. Nós como educadores estamos conscientes do papel que desmpenhamos nesta trajetória. Mas precisamos do apoio de toda comunidade e principalmente da sensibilidade do Governo para que os nossos objetivos sejam alcançados em prol de uma Educação Pública de qualidade e efetivamente Inclusiva.
Na qualidade de professores da Educação Especial, reforçamos que as instituições acima citadas apresentam inúmeros problemas, dificultando o ensino-aprendizagem dos alunos e a valorização dos profissionais. Diante da realidade que vivemos como Trabalhadores da Educação comprometidos em lutar por direitos iguais e sem preconceitos, paralisamos nossas atividades conscientizando-nos que este é um momento histórico e de grande importância para a Educação Especial.
Estamos nos unindo aos professores do ensino regular dinamizando junto a eles ações e reflexões neste movimento, com objetivo de promover a qualificação no Ensino e valorização no plano de carreira dos profissionais.
Descrevemos algumas situações abaixo que enfrentamos na Escolas Especiais:
· Alunos Especiais das APAEs e Congêneres não recebem uniforme escolar. POR QUÊ ?
· Professores ACT’s no Ensino regular iniciaram o ano letivo dia 07/02/2011 junto com o efetivo. Nas APAEs e Congêneres os professores ACT’s iniciaram apenas dia 23/02/2011. É hora de organizarmos calendário na Educação!!!
· No Ensino regular a hora atividade será de 2/3. Na Educação Especial, em algumas escolas onde os alunos ficam em período integral, durante o horário de almoço, os professores “ganham” apenas 15 minutos de intervalo para descanso, pois é feito rodízio de professores (parece pizza) para cuidar dos alunos durante esse horário. Quem paga esse horário ao professor? NINGUÉM!!!
· Falta de investimentos para a inclusão de alunos no mercado de trabalho.
· Não existe acessibilidade para os alunos, os prédios utilizados para as Escolas Especiais são geralmente antigos, inadequados e readaptados na medida do possível.
· Materiais adaptados são extremamente necessários nas Escolas Especiais, mas dificilmente existem, são caros e cabe a Dirtoria da Instituição buscar recursos financeiros para tais fins.
· A medicação, troca de fraldas, banho hoje é de responsabilidade dos professores. E sabemos que é uma disfunção em nossa profissão como educador, porém “pré-requisito” para atuar na Educação Especial. Muitos alunos são cardíacos, diabéticos, obesos...necessitando de um acompanhamento especializado por um profissional da saúde, por esse motivo, dizemos, que falta Profissionais de Enfermagem e Nutrição no quadro de funcionários das APAEs e Congêneres. Sem falar que, com essa disfunção de cargos tiramos oportunidade de emprego dos profissionais acima citados.
· Equipamentos tecnológicos (Data Show, computadores, ar condicionados, Televisões de plasma maiores...) É SONHO!!!
· Diretoria e comunidade escolar em muitos casos não caminham juntos. A diretoria é quem decide, não havendo reflexão no processo pedagógico, posicionando-se com autoridade máxima!!!
· O governo Estadual transferiu para as ONG’s a responsabilidade total da Educação Especial. CHEGA de sermos considerados como professores independentes da Secretaria da Educação- SED. Queremos que a partir de agora a Secretaria tenha um olhar diferenciado em relação a Educação Especial. Que nós professores tenhamos o mesmo direito que cabe aos professores do Ensino Regular. Desde 2008 os professores da Educação especial não incluídos no CENSO Escolar. Isso quer dizer que não existimos para a EDUCAÇÃO? Por esse motivo não podemos participar dos cursos oferecidos pela UAB-Universidade Abertaa do Brasil-Plataforma Freire, entre outras coisas...
Foi provado que existe dinheiro para a Educação por meio do FUNDEB-Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
Vamos valorizar à todos, ou SER DEFICIENTE É SER DIFERENTE SEM DIREITOS????
INCLUSÃO MARAVILHOSA SÒ NOS COMERCIAIS!!
Estamos certos que o caminho a ser trilhado pela qualidade de Ensino e Valorização do professor depende de todos nós!! Declaramos nosso respeito como educadores da Educação Especial.
CONTINUAMOS EM GREVE!!!
Assinam aqui Educadoras Especiais representando muitas de nossas colegas:
Valdonora Viana de Andrade.
Simone C. B. de Souza.
Maria Odete A. Rech.
Anielle Vargas Jacques.
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