sexta-feira, 16 de março de 2012

Assembleia de 15 de março de 2012

E agora? Quem esteve lá? O que vai ser? Vai ou racha? Ainda não sabemos, mas o lugar estava cheio.

Mais de 5000 trabalhadores do magistério estiveram reunidos ontem no CentroSul na capital de Santa Catarina para novamente realizar um ato democrático. Foi cansativo e também muito bom rever alguns rostos conhecidos do ano passado. Ouvir algumas reclamações batidas não foi muito bom, porém, isso só demonstra a indignação de uma classe que não foi ouvida e nem é respeitada.

Na volta para casa uma amiga professora pergunta-me o que achei do clima do ambiente e do povo em geral. Bem, respondi-lhe, um clima de desprezo, desespero, revolta, angústia sufocada como grito na garganta e talvez um fúria incontida esperando para explodir. O governo que se cuide, pois quem garante que o movimento desse ano será calmo como o do ano passado? Alguns poderão dizer que nos tornamos discípulos de Gandhi, pois juntamos multidões e "passeamos" como bons cordeiros guiados pela polícia militar. Li um articulista que disse que isso nos garante o respeito do povo catarinense. Povo acomodado? Pelo que uns dizem é, outros não concordam. E aí vemos um comerciante indignado na coluna do Moacir Pereira a berra: "VÃO TRABALHAR!" 

É, é tudo que queremos, trabalhar. E para isso o governo tem que fazer sua parte e nós faremos a nossa. Aliás, para os que acham que nós não trabalhamos, lembrem-se que alguns milhares de professores são como eu: lecionam 40 horas (alguns mais) e ainda estudam 20 horas semanais na sexta e sábado. Programa de domingo: preparar aula, corrigir provas, trabalhos, etc.

Queremos greve? Não, não era o clima de ontem. Pairava no ar uma raiva, revolta e vontade de derrubar as pontes, mas nós queremos mesmo é trabalhar. Somos professores, cidadãos de direito e que formam outros cidadãos de direito. E por falar em cidadania, ela esteve muito bem representada ontem na assembleia.

Há divergências em nosso movimento? É óbvio que há, afinal somos seres humanos, não máquinas programadas para ter um único pensamento. Agora, a imprensa suja dizer que somos desunidos e ousar nos colocar uns contra os outros por causa de eventuais discordâncias totalmente comuns, aí já é jogo sujo.

Tenho muitos planos para esse ano e sinceramente espero que o sr. Colombo e o sr. Deschamps não estrague. Ainda quero ser professor e não estou a fim de abandonar minha profissão ou ir lecionar na rede privada.

Sou do povo, me criei como povo e tenho orgulho disso!
É pelos meus alunos que continuo a estudar e me qualificar pois eles não enojam e sim me encorajam a cada vez mais querer ser o melhor professor que eles podem ter. Afinal, em muitos casos nós acabamos sendo os únicos alicerces em suas tenras vidas.

Wagner Fonseca, professor Act, História e Sociologia.

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